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Na noite da terça-feira (28/02), aconteceu na Câmara de Botucatu um evento alusivo à Campanha da Fraternidade 2023, que marcou o pontapé inicial da ação na cidade. Este ano, a campanha, realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), traz o tema “Fraternidade e Fome”, com o lema “Dai-lhe vós mesmo de comer”.
“Esta é a terceira vez que o assunto fome é tema da campanha. A primeira foi em 1975, a segunda em 1985. Agora, em pleno século XXI, com tantos avanços tecnológicos e científicos, que só fazem aumentar a produção de alimentos, e ainda temos que refletir e agir contra a fome...”, explicou no início do evento o Arcebispo de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo, sobre a escolha da temática da campanha.
Ele ainda citou passagens bíblicas para incentivar a reflexão da comunidade, que deve assumir responsabilidades ante a questão. “Não falta comida, o planeta Terra tem condições de sustentar bilhões de seres humanos. Não precisa de um milagre, o que Jesus espera de nós é uma conversão para começarmos a repartir o pão e buscar justiça social”, falou, diante de uma apresentação que lembrou que, hoje, cerca de 33,1 milhões de brasileiros estão em situação de fome no país.
Reflexões da noite
Diante de vereadores e um bom público presente, palestrantes convidados abordaram o tema da Campanha da Fraternidade sob diversas óticas.
A Secretária Municipal de Assistência Social, Rosemary Pintón, palestrou sobre as políticas públicas voltadas a promover a segurança alimentar existentes no município, por exemplo por meio de iniciativas intersetoriais como o Banco de Alimentos, Bom Prato, Viva Leite, Espaço Acolhedor, hortas comunitárias, Política Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e outros benefícios eventuais. “O que é importante dizer é que a porta de entrada para qualquer assistência são os CRAS, que estão presentes em todas as regiões da cidade”, ressaltou.
O Banco de Alimentos recebeu um destaque especial. A gestora do banco e presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar de Botucatu (COMSAN), Mariele Coral abordou o que pessoas físicas e jurídicas podem fazer para combater a fome: “como pessoas físicas, podemos parar de desperdiçar alimentos, aproveitar o alimento de maneira integral e realizar a compra nos mercados que ajudam a luta contra o desperdício. Pessoas jurídicas podem ser doadoras do Banco de alimentos, avisar sobre as doações de maneira rápida e armazenar corretamente para fazer as doações”, listou.
Já a advogada Rayssa Blumer fez um debate sobre o direito de receber os alimentos – no sentido de alimento como tudo aquilo que os seres vivos precisam para viver dignamente, desde comida a alimentação e saúde – e o dever de quem deve pagá-los. “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores de idade. Já os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”, resumiu.
Em seguida, o público pode participar com perguntas, sugestões e colocações, como sobre a qualidade das cestas básicas, a relação entre alimentação e saúde, o impacto da pandemia na situação da fome, etc. Ao final, a coordenadora da Campanha da Fraternidade, Patrícia Shimabuku, sintetizou que o objetivo da noite era trazer um raio-x da assistência social existente na esfera municipal, listar reflexões possíveis a partir do debate e levantar maneiras como todos podem contribuir com o combate à fome.
Publicado em: 01 de março de 2023
Publicado por: Equipe de Comunicação
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Categoria: Notícias da Câmara