Reunião Pública trata tema sobre Violência Doméstica no Dia Internacional da Mulher
Reunião Pública trata tema sobre Violência Doméstica no Dia Internacional da Mulher
Na última sexta-feira, dia 8, dia internacional da mulher, ocorreu na Câmara Municipal, uma reunião pública com o intuito de debater políticas públicas que sejam voltadas às mulheres.
O evento foi solicitado pela vereadora Rose Ielo que viu a necessidade de discutir, em especial, o tema “Violência Doméstica”. “As mulheres tem conseguido, ao longo dos anos, muitas vitórias. Uma das grandes conquistas foi a Lei Maria da Penha. Mesmo com essa legislação, as mulheres são, ainda, a grande vítima de violência doméstica. Senti a necessidade de debater o assunto e, por isso, realizamos a reunião pública”, declara a vereadora do PT.
O vereador Reinaldinho, representando o Presidente Carreira, deu início à reunião e logo passou o comando do evento para a vereadora Rose Ielo que formou a mesa principal de debates que foi constituída pela própria parlamentar, pela Secretária Municipal de Assistência Social, Amélia Sibar, pela Coordenadora do CREAS [ Centro de Referência Especializado de Assistência Social ], Vitória Clementina Zamperini Losi, pela ex-vereadora e ex-assessora de segurança municipal, Profa. Mara Pires Corrêa, e pelas integrantes do Hospital das Clínicas da UNESP, Priscila Sales Puoli e Bruna Cardoso da Silva.
Rose Ielo começou os trabalhos relatando dados e estatísticas sobre a violência contra a mulher e Priscila Sales e Bruna Cardoso, representantes da UNESP, fizeram um relato de seu trabalho realizado a frente do protocolo de vítimas de violência reafirmando que mulheres vítimas de violência doméstica representa um número ínfimo na porcentagem de mulheres que são atendidas no HC. “Poucas mulheres vítimas de violência doméstica são atendidas no Hospital. As mulheres ainda têm medo de denunciar de se expor, infelizmente”, ressaltou Priscila.
Mara Pires Corrêa também fez uso da palavra para relatar a diferença de panorama político e social da época em que atuou na Câmara Municipal de Botucatu nos anos 80 e os dias atuais e seu trabalho em prol do desenvolvimento do papel da mulher na política municipal. “Quanto mais as mulheres tiverem amparo na sociedade, quanto mais existir mulheres engajadas na política e no trabalho social, mais mulheres podem se sentir amparadas e acolhidas e, conseqüentemente, salvas da violência doméstica”, declara a professora ressaltando a necessidade de existir uma casa ou residência para abrigar mulheres que estiverem correndo risco de morte e informando aos presentes o fato da Presidente Dilma Roussef estar neste dia inaugurando, no Estado do Espírito Santo, o projeto “Cidade da Mulher” que é o 1º centro de atendimento no Brasil destinado a mulheres vítimas de violência.
Amélia Sibar, por sua vez, definiu os tipos de violência contra a mulher, além da doméstica e reforçou que a Lei Maria da Penha necessita ainda de alguns ajustes para ser ainda mais efetiva e ressaltou a importância da denúncia no combate a violência em face da resistência e medo das mulheres em confrontar seus maridos e companheiros violentos.
Vitória Clementina, representante do CREAS, relatou as ações feitas pelo Centro de Referência às mulheres vítimas de violência, através de trabalhos em grupo, ressaltando que o propósito do trabalho da instituição é resgatar essas mulheres para a vida, tornando-as aptas novamente a decidir suas próprias ações e fortalecendo-as de forma a não aceitarem mais serem vítimas de violência doméstica.
O público presente no plenário da Câmara Municipal também teve a oportunidade de participar da reunião que foi positiva de acordo com a vereadora Rose Ielo. “Acredito que a reunião foi proveitosa. Pudemos conhecer a experiência de pessoas que lidam com mulheres vítimas de violência doméstica e ações que são desenvolvidas em nosso município. Isso nos dará subsídios para também pensarmos em elaborar políticas públicas que tratem dessa questão de forma a beneficiar as mulheres em Botucatu” conclui a parlamentar.
Diante da participação e dos questionamentos realizados na reunião, alguns encaminhamentos foram destacados como por exemplo: ação integrada de diversos setores a partir de um protocolo de violência doméstica, ações de prevenção a partir da escola de forma que haja uma mudança cultural nos jovens uma vez que, muitos deles reproduzem o que vivenciam em ambiente familiar.